2 de setembro de 2008

COOPERATIVISMO

HISTÓRIA DO COOPERATIVISMO

A história da cooperação

A cooperação sempre existiu nas sociedades humanas, desde as eras mais remotas, estando sempre associada às lutas pela sobrevivência, às crises econômicas, políticas e sociais, bem como às mudanças.
Os melhores exemplos da cooperação aparecem quando se estuda a organização social dos antigos povos como os babilônios, gregos,
chineses, astecas, maias e incas.
A cooperação econômica se fortaleceu no século XVI com P.C.
Plockboy que idealizava a cooperação integral por classes de trabalhadores, e com John Bellers, que procurava organizar "Colônias Cooperativas" para produzir e comercializar seus produtos, na tentativa de eliminar o lucro que era apropriado pelos intermediários.
O Cooperativismo moderno surgiu junto com a Revolução Industrial,

como forma de amenizar os traumas econômicos e sociais que assolavam a classe trabalhadora com suas mudanças e transformações.
O processo de industrialização, na sua primeira etapa, fez com que os artesãos e trabalhadores rurais migrassem para as grandes cidades, atraídos pelas fábricas em busca de melhores condições de vida.
Essa migração fez com que houvesse excesso de mão-de-obra, resultando na exploração do trabalhador de forma abusiva e desumana, submetendo-os a uma jornada de trabalho de até 16 horas/dia, e salários que não supriam as necessidades básicas dos trabalhadores.
Mulheres e crianças eram obrigadas a ingressar no mercado de trabalho em condições mais cruéis que os homens, passando inclusive a ser exploradas nas minas de carvão...

Plataforma cooperativista de Amstad sj.

"Com a carroça cheia e as animálias (animal de carga) carregadas do futuro de seu pesado trabalho e do resultado de muito suor, o
colono se dirige à casa comercial, mas as bugigangas estrangeiras, que recebe em troca, para levar para casa, ele facilmente pode colocar debaixo do braço...
Por isso a queixa, que hoje de ouve com freqüência.
"Pelas nossas coisas nada recebemos, porém pelo que compramos devemos pagar o valor duplo e triplo!"
Assim estareis de acordo contigo, se eu vos digo:
"A dependência econômica, na qual atualmente nos encontramos em relação a outros países, é na verdade uma nova escravatura, que está ameaçando nosso país!"

Como foi ponto de honra abolir a antiga escravatura, assim agora para o verdadeiro brasileiro constitui uma questão de brio afastar com mão firme esta nova escravatura do nosso Brasil.
Devemos produzir mais, para exportar mais e importar menos, senão nos endividaremos sempre mais.
Prefiramos produtos nacionais aos estrangeiros.
Se uma grande pedra se atravessa no caminho e 20 pessoas querem passar, não o conseguirão, se um por um a procuram remover individualmente.
Mas se as 20 pessoas se unem e fazem força ao mesmo tempo, sob a orientação de um deles, conseguirão solidariamente afastar a pedra e abrir o caminho para todos."
(THEODOR AMSTAD, Conferência proferida na Associação dos Agricultores, Feliz, RS, fevereiro 1900).

Os Tecelões de Rochdale

Em 21 de dezembro de 1844, em Toad-Lane (Beco do Sapo) um grupo de 28 tecelões da cidade de Rochdale, na região de Manchester, na Inglaterra, lançou no mundo a semente do sistema econômico do Cooperativismo. Um século e meio de experiência consagrou este sistema como o maior movimento de idéias já realizado na história da humanidade.
Formavam este grupo de idealistas:
01. Benjamin Jordan - ajudou a alugar o armazém onde funcionava a Cooperativa.
02. Benjamin Rudman - tecelão e cartista. Retraído, mas firme e trabalhador.

03. Charles Howarth - operário de fábrica de algodão, era o "Arquimedes da Coope-ração". Autor dos estatutos rochdalianos e criador do princípio da distribuição de lucros na produção das contas. Foi o primeiro secretário da Cooperativa.
04. David Brooks - estampador e cartista, foi o primeiro encarregado das compras da Cooperativa.
05. George Healey - chapeleiro.
06. James Banford - um dos quatro conselheiros eleitos na primeira assembléia, em 13 de agosto de 1844.
07. James Daly - um dos que mais influíram no comitê de tecelões de flanela, em favor da criação da Cooperativa. Foi secretário na primeira administração da Cooperativa.
08. James Maden - tecelão da flanela, era um dos "adeptos da esperança".
09. James Manock - tecelão de flanelas e cartista, foi suplente várias vezes e conselheiro.
10. James Smithies - classificador de lãs e guarda-livros. Foi considerado o maior dos pioneiros.
11. James Standrind.
12. James Tweedale - fabricante de tamancos e socialista. Um dos primeiros conselheiros e 5º presidente da Cooperativa.
13. James Willkinson - ajudou a alugar o armazém onde funcionava a Cooperativa.
14. John Bent - alfaiate e socialista. Um dos primeiros integrantes do Conselho Fiscal.
15. John Collier - mecânico socialista. Exerceu a função de conselheiro da Cooperativa várias vezes.
16. John Garsid - marcineiro.
17. John Holt - foi o primeiro tesoureiro da Cooperativa.
18. John Hill.
19. John Kershaw - era guarda de armazém de uma mina de carvão. Também trabalhava como cartista.
20. John Sconcroft - vendedor ambulante.
21. Joseph Smith - separador de lã. Participou da reforma social. Integoru a primeira comissão de compras.
22. Miles Ashworth - tecelão de flanela e cartista, foi o primeiro presidente da Cooperativa de Rochdale.
23. Robert Taylor - organizador da venda de livros e revistas.
24. Samuel Ashworth - tecelão de flanela, foi o primeiro gerente da Cooperativa, cargo que ocupou por 22 anos. Deixou a Cooperativa com o expressivo número de 6 mil associados.
25. Samuel Tweedale - tecelão, foi o primeiro conferencista da Cooperativa.
26. Willian Cooper - tecelão de flanela e socialista. Foi o primeiro caixeiro da Cooperativa.
27. Willian Mallaleu - suplente do conselho reeleito na primeira assembléia.
28. Willian Taylor - tecelão, foi um dos primeiros a acreditar e a ingressar no movimento.
Ana Tweedale foi a única mulher que apoiou o grupo, ajudando a conseguir o primeiro local onde funcionou a Cooperativa. A primeira mulher a ingressar como associada da cooperativa Pioneira, será Eliza Brierley, que é admitida em maio de 1846.

PRINCÍPIOS

O que é Cooperativismo?

É a união de pessoas voltadas para um objetivo comum, sem visar lucro.
O cooperativismo, como o próprio nome já diz, tem como sua maior finalidade, libertar o homem do individualismo, através da cooperação entre seus associados, satisfazendo assim as suas necessidades.
Defende a reforma pacífica e gradual da coletividade e a solução dos problemas comuns através da união, auxílio mútuo e integração entre as pessoas. Busca a correção de desníveis e injustiças sociais com a repartição equitária e harmoniosa de bens e valores.

Princípios do cooperativismo

1 - Adesão livre e voluntária - Cooperativas são organizações voluntárias abertas para todas as pessoas aptas para usar seus serviços e dispostas a aceitar suas responsabilidades de sócio sem discriminação de gênero, social, racial, política ou religiosa.

2 - Controle democrático pelos sócios - as Cooperativas são organizações democráticas controladas por seus sócios, os quais participam ativamente no estabelecimento de suas políticas e nas tomadas de decisões. Homens e mulheres, eleitos pelos sócios, são responsáveis para com os sócios. Nas cooperativas singulares, os sócios têm igualdade na votação; as Cooperativas de outros graus são também organizadas de maneira democrática...

3 - Participação econômica dos sócios - os sócios contribuem eqüitativamente e controlam democraticamente o capital de sua Cooperativa. Parte desse capital é usualmente propriedade comum da Cooperativa para seu desenvolvimento. Usualmente os sócios recebem juros limitados sobre o capital, como condição de sociedade.Os sócios destinam as sobras para os seguintes propósitos: desenvolvimento das Cooperativas, apoio a outras atividades aprovadas pelos sócios, redistribuição das sobras, na proporção das operações.

4 - Autonomia e Independência - as Cooperativas são organizações autônomas de ajuda mútua. Entrando em acordo operacional com outras entidades, inclusive governamentais, ou recebendo capital de origem externa, elas devem fazer em termos que preservem o seu controle democrático pelos sócios e mantenham sua autonomia.

5 - Educação, treinamento, informações - as Cooperativas oferecem educação e treinamento para seus sócios, representantes eleitos, administradores e funcionários para que eles possam contribuir efetivamente para o seu desenvolvimento. Também informam o público em geral, particularmente os jovens e os líderes formadores de opinião sobre a natureza e os benefícios da cooperação.

6 - Cooperação entre cooperativas - as cooperativas atendem seus sócios mais efetivamente e fortalecem o movimento cooperativo trabalhando juntas, e de forma sistêmica, através de estruturas locais, regionais, nacionais e internacionais, através de Federações, Centrais, Confederações etc.

7 - Preocupação com a comunidade - as Cooperativas trabalham pelo desenvolvimento sustentável de suas comunidades, através de políticas aprovadas pelos seus membros, assumindo um papel de responsabilidade social junto a suas comunidades onde estão inseridas.

SIMBOLOGIA

Os símbolos e a bandeira do cooperativismo

1- Símbolos

Pinheiro - Antigamente era tido como símbolo da imortalidade e da fecundidade pela sua sobrevivência em terras menos férteis e pela facilidade na sua multiplicação.
Círculo - Representa a vida eterna, pois não tem horizonte final, nem começo, nem fim.
Verde - O verde escuro das árvores lembra o princípio vital na natureza.
Amarelo - O amarelo ouro simboliza o sol, fonte de energia e calor.
Assim nasceu o emblema do Cooperativismo: um círculo abraçando dois pinheiros, para indicar a união do movimento, a imortalidade de seus princípios, a fecundidade de seus ideais, a vitalidade de seus adeptos.Tudo isso marcado na trajetória ascendente dos pinheiros que se projetam para o alto, procurando subir cada vez mais.

2- A bandeira

O Cooperativismo possui uma bandeira formada pelas sete cores do arco-íris, aprovada pela ACI em 1932, como símbolo de paz e esperança.
Cores da bandeira do Cooperativismo:

Cada uma das cores tem um significado próprio.

Vermelho - coragem significado próprio.
Alaranjado - visão de possibilidade do futuro.
Amarelo - desafio em casa, família e comunidade.
Verde - crescimento de ambos, individual (como pessoa) e dos cooperados.
Azul - horizonte distante, a necessidade de ajudar os menos afortunados, unindo-os uns aos outros.
Anil - pessimismo, lembrando a necessidade de ajudar a si próprio e aos outros através da cooperação.
Violeta - beleza, calor humano e coleguismo.

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